quarta-feira, 31 de março de 2010

Evanescence: Together Again

há algum tempo atrás, publiquei aqui uma lista de músicas raras. uma delas era a Together Again, dos Evanescence. trata-se, afinal, de uma composição feita para o filme As Crónicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, que foi rejeitado pelos seus produtores, alegando que a música estava demasiado sombria para um filme infantil. Agora é um outtake do álbum The Open Door (2006), apenas lançado agora, para angariar fundos para o Haiti.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A ilusão da inocência feliz

"A inocência é uma coisa admirável; mas é por outro lado muito triste que ela se possa preservar tão mal e se deixe tão facilmente seduzir. E é por isso que a própria sageza - que de resto consiste mais em fazer ou não fazer do que em saber - precisa também da ciência, não para aprender dela, mas para assegurar às suas prescrições entrada nas almas e para lhes dar estabilidade. O homem sente em si mesmo um forte contrapeso contra todos os mandamentos do dever que a razão lhe representa como tão dignos de respeito: são as suas necessidades e inclinações, cuja total satisfação ele resume sob o nome de felicidade. Ora a razão impõe as suas prescrições, sem nada aliás prometer às inclinações, irremitentemente, e também como que com desprezo e menoscabo daquelas pretensões tão tumultuosas e aparentemente tão justificadas (e que se não querem deixar eliminar por qualquer ordem). Daqui nasce uma dialéctica natural, quer dizer uma tendência para opor arrazoados e subtilezas às leis severas do dever, para pôr em dúvida a sua validade ou pelo menos a sua pureza e o seu rigor e para as fazer mais conforme, se possível, aos nossos desejos e inclinações, isto é, no fundo, para corrompê-las e despojá-las de toda a sua dignidade, o que a própria razão prática vulgar acabará por condenar. (...)
Mas infelizmente o conceito de felicidade é tão indeterminado que, se bem que todo o homem a deseja alcançar, ele nunca pode dizer ao certo e de acordo consigo mesmo o que é que propriamente deseja e quer. A causa disto é que todos os elementos que pertencem ao conceito de felicidade são na sua totalidade empíricos, quer dizer têm que ser tirados da experiência, e que portanto para a ideia de felicidade é necessário um todo absoluto, um máximo de bem-estar, no meu estado presente e em todo o futuro. Ora é impossível que um ser, mesmo o mais perspicaz e simultaneamente o mais poderoso, mais finito, possa fazer ideia exacta daquilo que aqui quer propriamente."

Kant, Immanuel; Fundamentação da Metafísica dos Costumes; Edições 70, Lda.; 1997; Lisboa

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Conhecimento do Inferno"; António Lobo Antunes

António, um jovem adulto, filho de um cientista, foi mandado para a guerra do Ultramar. Aí, a sua perspectiva do Mundo tornou-se mais fria, mais resistente, menos sensível. Apoiado por uma adolescência apática, António decide seguir psiquiatria, por achar a mais nobre das medicinas, por querer compreender o acto humano e os seus motivos.
Assim, saído da guerra, conclui os seus estudos e consegue um emprego no Hospital Miguel Bombarda.
 À medida que António prossegue na sua carreira, percebe que, de facto, não era aquilo que ele queria para si.
 Dia após dia, sente-se cada vez mais e mais cansado, farto de viver. Sabe que o que oferece aos seus doentes não é o mais justo e correcto, e isso incomoda-o.
Sabe que eles merecem atenção, cuidados, mas que nunca os encontrarão ali. Por outro lado, sente-se farto deles, não se importa com eles, despreza a sua dor, ignora os seus sentimentos. Preocupa-se apenas em receitar-lhes a medicação, interná-los, dar-lhes alta, receber o ordenado. E isso causa-lhe remorsos, culpa, desconforto, transtorno.
E, dia após dia, os seus remorsos aumentam. Torna-se uma pessoa nervosa e vulnerável, cria brigas e lutas em casa, não se recordando de nada a seguir. No âmbito de repousar, a família convence-o a ir ao médico, que o interna de imediato.
E é sobre isto que o livro se curva: as suas memórias, o conhecimento do Inferno da psiquiatria. Na sua essência mais profunda, o livro pode ser considerado um desabafo do autor.
António relata aqui as suas vagas memórias de infância, adolescência e vida adulta. Descreve as pequenas coisas, os confusos sentimentos que o vão atormentando, a sua revolta interna, mas também os intensos prazeres que o despertam, numa organização abstracta e muito pouco cronológica, que reflecte como realmente as suas memórias surgem: confusas e abstractas.

terça-feira, 16 de março de 2010

Onde está o chão?

Algo que admiro profundamente é a expressão da alma. Seja ela musical, teatral, literária... não interessa. Arte é arte.
Gosto particularmente de chegar perto e apreciar cada linha, cada traço que demonstram uma migalha dos tormentos humanos. Gosto de me afastar também a fim de os julgar, avaliar, criticar. Gosto de retirar o meu cérebro e esborrachá-lo nas criações, até este as infiltrar. Sinto-me mais calma, mais pacífica. Mais realizada.
Isto tudo porque ontem baixei o Origin Of Symmetry, o segundo álbum dos Muse, datado de 2001. É um álbum muito, muito distorcido, muito confuso, muito despreocupado com a aparência. É simplesmente fantástico. E hoje estava a rever as músicas nele contidas e reparei com especial atenção na capa do Showbiz (1999) e achei-a tão profunda, tão criativa, tão pacífica, tão subjectiva que decidi partilhá-la com alguém. Como não sabia com quem, resolvi escrever um breve prefácio, para que quem quiser - ou quem calhar - leia. Não me interessa.
Em suma, eu olho para esta imagem e fico maravilhada. Pergunto-me porque estará ali uma mulher jovem e esbelta, a deslizar numa superfície extraterrestre, pouco gravítica, lembrando-me de um anjo que nunca cairá das suas asas. Mas ao fazer isto, lembro-me também não só da capa do Origin Of Symmetry, mas de um outro inventário gigante de capas de cd's, passando também por Absolution (2003), Black Holes And Revelations (2006) e The Resistance (2009) dos Muse; mencionando por exemplo também o The Open Door (2006), dos Evanescence; A Rush Of Blood To The Head (2002), dos Coldplay; o Insomniac (1995), dos Green Day; o Awake: The Best Of Live (2004), dos Live; entre centenas de outros.
Todas estas capas têm um sentido em si próprias, têm uma mensagem. Não são meras capas que foram feitas para ilustrar um objecto musical de venda, mas são arte. Têm tanto conteúdo implícito que me fascinam. Estas e muitas outras fazem-me perguntar: sou eu que sou fanática por arte e filosofia, a ponto de analisar critica e profundamente toda a cultura que me rodeia, ou há de facto nestas criações a intenção de chamar a atenção de uma elite de pensadores? Porque é que poucos são os que reparam com atenção nestas riquíssimas obras, nestes gigantes pormenores? Porque é que passam ao lado da maioria, mas cativam-me a mim? E o que é que querem dizer? Estas perguntas, entre muitas outras, não me atormentam, mas são puras o suficiente para me prender a atenção e o pensamento durante horas, para não mencionar dias.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Three Days Grace: Animal I Have Become

"I can't escape this hell, so many times I've tried, but I'm still caged inside. Somebody get me through this nightmare. I can't control myself. So what if you can see the darkest side of me? No one would ever change this animal I have become. Help me believe it's not the real me. Somebody help me tame this animal. (...) I can't escape myself. So many times I've lied, but there's still rage inside. (...) Somebody wake me from this nightmare! (...)"

Linkin Park: One Step Closer

"I cannot take this anymore, saying everything I've said before. All these words they make no sense. I found bliss in ignorance. Less I hear the less you'll say. You'll find that out anyway. Just like before... Everything you say to me takes me one step closer to the edge and I'm about to break. I need a little room to breathe. (...) I find the answers aren't so clear. Wish I could find a way to disappear. All these thoughts they make no sense. (...) Nothing seems to go away, over and over again. (...) Shut up when I'm talking to you! (...)"

 

quarta-feira, 10 de março de 2010

Fotobiografia Colectiva

Paramore: The Only Exception

"When I was younger, I saw my daddy cry in curse at the wind. He broke his own heart and I watched as he tried to re-assemble it, and my mamma swore she would never let herself forget. And that was the day that I promised I'd never sing of love if it does not exist. But darling... you are the only exception. (...) Maybe I know somewhere deep in my soul that love never lasts and we've got to find other ways to make it alone or keep a straight face. And I've always lived like this: keeping a comfortable distance and up until now I swore to myself that I'm content with loneliness, because none of it was ever worth the risk. (...) I've got a tight grip on reality, but I can't let go of what's in front of me here. I know you're leaving in the morning; when you wake up, leave me of some kind of proof it's not a dream. (...) You are the only exception and I'm on my way to believing. (...)"
 

domingo, 7 de março de 2010

Vanessa Filipa Chumbinho

És uma pessoa pura, genuína, verdadeira. Não tens medo de sentir, de mostrar que tens sentimentos, de chorar, de sorrir, de gritar, de te emocionar, o que revela confiança e destreza, revela que não te importas com o que os outros irão pensar. És companheira, és carinhosa, és amiga, és fiel. Ficas ao lado duma pessoa para o resto da vida, se assim for preciso. Dedicar-te-ás a 100% a essa pessoa e à amizade que vocês criaram e serás a sua melhor amiga para sempre, tentando sempre fortificar os laços na vossa relação. Não discriminas os outros, não os mandas abaixo, não gozas com o estranho, não os espezinhas. Respeita-los e consideras-te igual a eles, nunca superior. Tu sabes que quem está a teu lado é uma pessoa, que sente tal como tu, que pensa tal como tu e não ignoras isso, aliás, eleva-lo. Tu tentas sempre evidenciar as qualidades e os pontos fortes das pessoas, só tocando nos seus pontos fracos a fim de os corrigires e ajudar a tornar daquela pessoa alguém melhor. Tu não falas nas costas, tu és directa, não gostas de mentir, sentes-te mal quando, mesmo inconscientemente, ignoras e deixas para trás alguém. Tu nunca desistes de ninguém, tu amas as pessoas a sério, tu sabes que as amizades são como guerras: marcam para sempre, mas acabam um dia qualquer. Mas tu não queres saber! Enquanto poderes, lutarás para que nada se perca dessa marca e para que nada se converta em meras memórias recordáveis passadas! Tu tens um objectivo de vida, tens um dever próprio que tu própria criaste e sei que nunca desistirás dele, enquanto assim houver possibilidades, que é ajudar os outros e lutar até conseguires o que realmente queres na vida. Para ti os sonhos não são imaginação, são objectivos! Para ti a vida é passageira e, por isso, tentas aproveitar cada minuto da forma mais intensa possível. E é por estes motivos e muitos mais que eu te admiro tanto e gosto tanto de ti! <3 
Tudo isto porque me perguntaste quais as características que mais me agradam em ti e porque mereceste que eu não ignorasse esse pedido.