quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Marcelo Marrone: Beber, Cair e Levantar

O vídeo mais engraçado que já alguma vez vi, sem qualquer exagero. Eu chorei de tanto rir. É o cúmulo.


Lembra-me alguém...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

At-Tambur: Chotiça Swingada

Eu juro que me tenho andado a controlar no que toca a publicar exclusivamente músicas, mas esta é demasiado linda para não partilhar.


Permitem-me que chore de emoção?

domingo, 14 de novembro de 2010

afinal, ainda se comem uns aos outros...

É lícito afirmar que os homens continuam a aproveitar-se uns dos outros hoje em dia.De facto, as pessoas só chegam (em sociedade) longe quando têm por intermédio o detrimento de outras pessoas. Desta forma, para que alguém obtenha um cargo de sucesso não lhe basta apenas que trabalhe e estude para lá chegar (e isto muitas vezes tem um peso muito pequeno), mas tem também de ter contactos que lhe permitam fornecer uma cunha, o que, para além de inválido, é injusto, pois desvaloriza quem trabalha e o seu mérito. Assim, os grandes (os ricos, poderosos e bem-sucedidos) enriquecem à custa dos pequenos, que trabalham desenfreadamente para terem o que querem, enquanto que os que têm realmente o que querem nada fazem para o ter, acentuando a desigualdade e injustiça social e fazendo os pequenos depender dos grandes. Ora, uma vez que este cenário está montado, nota-se em que medida se agrava, pois, dependendo os pequenos dos grandes, os segundos têm a oportunidade (a qual não deixam de aproveitar) de controlar, manipular e esmagar (até onde for possível e desejado) os primeiros, acabando estes sempre por ser comidos. O pior é que tudo isto é mais do que possível: tudo isto, na verdade, é o que se vê acontecer, em todos os casos, para infelicidade dos pequenos, que não concretizam as suas ambições, e dos grandes, que não sabem o valor de tudo o que os rodeia.


 Os Peixes Grandes Comem Os Peixes Pequenos, por Pieter van der Bruegel


Ilustre-se esta ideia com um dos inúmeros exemplos reais disponíveis. Como é sabido, existem escolas nas redondezas que foram criadas pelo investimento de certos indivíduos e a criação de escolas gera empregos: é por isto que não só o fundador da escola, mas também a sua esposa, os seus três filhos, a sua nora, assim como amigos da família com qualificações duvidosas não estão no desemprego.
Contudo, é verdade que a utilização de cunhas constitui a única forma de realizar os sonhos de alguém, que tanto os deseja realizar e, não os realizando, cai na frustração pessoal e no espezinhamento social.
Saliente-se, porém, que uma política de "salve-se quem puder" é incapaz e insuficiente para cumprir a sua função: organizar os indivíduos duma nação de modo a satisfazer as suas necessidades. Para validar a corrupção, a fraude, o favoritismo e a desigualdade, a política não existe, pois assim não passa de uma anarquia ou (pior!) oligarquia.
Assim, conclui-se que os homens, apesar das críticas que na História lhes foram dedicadas, continuam a enriquecer através da injustiça e do abuso social, pessoal e moral.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

mais maturidade, mais desconfiança


A palavra de uma criança, embora honesta e verdadeira, tem pouco valor para aqueles que já não sabem ouvir. (Dumbledore)

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

apenas memórias

Por entre os corredores profissionais, há jovens que vivem - de forma natural ou propositada - histórias, por si próprios construídas - lenta ou rapidamente. Mas isso é no presente. No futuro, apenas restarão as memórias das pegadas esquecidas e dos caminhos lembrados, daqueles que os traçaram.
Tal como eles, nós também preenchemos as nossas vidas de forma mais ou menos natural. Também nós conversámos no topo das escadas, enquanto a autoridade não vinha, e marcámos o chão com as oscilações dos nossos corpos e escondemos nas paredes a construção ingénua do carinho. E quando o espaço está menos habitado, ainda vejo o teu corpo desenvolvido, de homem, com camisola branca e calças de ganga azuis, erguer os cabelos castanhos e desalinhados com um sorriso ligeiro, sentado no chão, encostado à parede. Por algum motivo, por mais que não sorrisses, as feições do teu rosto transmitiam-me alegria, pureza e tranquilidade. Era reconfortante olhar-te.
No jardim, ainda vejo o teu casaco cinzento a revestir um braço que pousa firmemente nos meus ombros. E por mais que o nosso amigo nos entretesse com entusiasmo, a calma reinava em mim, e por mais que ele falasse, apenas os teus pensamentos inexpressados importavam para mim. O vento rangia nas nossas faces e tu seguravas-me firmemente, e isso bastava-me para ser feliz.
Ainda te vejo rodeado de amigos a tomar o pequeno-almoço e a partilhar maluqueiras (coisas de rapazes...) e isso amendrontar-me, apesar de também eles gostarem de mim. Ainda sinto o nervosismo de te falar, o desejo de fingir que não te vi. Ainda me lembro de te ver observar-me, divertido, com os meus amigos. Também me lembro de almoçar contigo, assim como me lembro de te acompanhar até à sala, através da chuva, e como me lembro, também, dos inúmeros abraços que insistias em dar-me. Contudo, a lembrança que mais prazer e dor me provoca, em simultâneo, é a de te ter no meu colo, sentado, no jardim, pois isso lembra-me também de nunca mais te poder ver, falar ou tocar.
Tal como nós, eles reviverão a sua juventude louca e intensa como parte do passado. Alguns manterão o contacto, outros separar-se-ão, mas as memórias colectivas, essas não podem ser apagadas. Felizmente, já me mentalizei de serem apenas memórias e, por isso, não me quero prender a elas ou alongá-las. Apesar disso me custar, sei que não devo nem vale a pena voltar atrás. Os bancos, as paredes, as escadas, o chão ou o jardim? Esses continuarão no mesmo sítio, a preservar lembranças e a criar novas histórias.

a ilusão da indução

Penso que não nos devemos habituar a adivinhar-nos mutuamente o pensamento, antecipando as palavras que ainda estão por proferir; importa que tu desenvolvas livremente os teus raciocínios segundo os princípios que tu próprio estabeleceste. (Sócrates)

Platão; Górgias