domingo, 15 de maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

Condição da Mulher Portuguesa no Século XXI

As mulheres portuguesas, de um modo geral, têm muitas características em comum, devido às semelhanças na forma como foram educadas.
De facto, Portugal é, enquanto Nação, muito influenciado pelo romantismo, o que se reflecte numa população muito típica. As mulheres são o melhor exemplo disso: a maioria tem dificuldade em ganhar espírito crítico e realista, tendo como principais características o pessimismo, o orgulho e o autoritarismo. Por estas palavras, espero conseguir passar a imagem da mulher que, por iniciativa própria, deseja trabalhar, de forma a tornar-se materialmente independente, mas que, no entanto, não quer abdicar da gestão do seu lar, tendendo a ser muito possessiva também nas questões conjugais: quer controlar o seu parceiro e sofre de ciúmes muitas vezes exagerados, infundados e irracionais, achando que deve ela ser a principal prioridade dos que a rodeiam. Esta mulher tende, ainda, a ser mesquinha, pois, na busca desenfreada e teimosa do poder, preocupa-se mais com os fins do que com os meios, sendo, muitas vezes, capaz de tudo para obter o que quer, mesmo que isso implique ser injusta.
Este estereótipo é, também, caracterizado pela atitude precipitada e agressiva, que impede que a mulher seja algo mais que emocional e sentimental, fazendo-a agir sem razão e de forma impulsiva e arrogante, como é tão frequente, orgulhando-se dos seus defeitos e sobrevalorizando-se por este seu espírito tão irracional, achando que todas as outras mulheres deveriam agir da mesma forma (desde que não seja contra si), o que a torna numa romântica devota.
Contudo, há outro tipo de mulher portuguesa do século XXI, também bastante (embora não tanto) popular, que difere nalguns aspecto do exposto: é a mulher medrosa e simpática. Esta mulher tende a ser muito bondosa, excessivamente bondosa. É que esta mulher, sendo também romântica, também se guia pelo sentimento e, desejando a alegria dos outros, chega a ser demasiado optimista e amável; é a mulher que receia dizer a verdade se esta não for doce nem carinhosa e que, por isso, prefere deixar tudo como está e viver na ilusão de que a felicidade e a maldade podem coexistir, pelo medo que têm em fazer acções relevante e de maior risco, impacto e importância, ocorrendo, novamente, na irracionalidade e no irrealismo.
Há, no entanto, uma diversidade vasta de mulheres portuguesas que não se adequam a qualquer dos modelos apresentados - mas essas são de uma complexidade tão específica e duma variedade tal que tentar descrevê-las ou caracterizá-las tornar-se-ia inútil e insuficiente.
Em suma, podemos observar em Portugal dois tipos de mulher, que, embora não sejam um estereótipo adoptado por todas as mulheres e embora a velocidade a que as excepções se acumulam seja progressiva, ainda caracterizam a mulher portuguesa como tipicamente romântica; são eles: a mulher possessiva, pessimista, orgulhosa e mesquinha, e a mulher querida, simpática, amável, frágil e medricas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Crises e contradições do capitalismo

A mais profunda das contradições do capitalismo reside na separação do trabalho e dos medos de produção. O modo de produção é social, o modo de apropriação é particular. Essas expressões, muito abstractas, produzem graves confusões. Em qualquer organização onde reina a divisão do trabalho, os trabalhadores não possuem nem administram directamente e sem intermediários os meios de produção. Nos maiores capitalismos do Mundo, observam-se formas de socialização específicas e o poder de possuir e de gerir os meios de produção é controlado e ilimitado pelo trabalho organizado e pelo Estado.
Uma segunda contradição decorre da lei fundamental do capitalismo que é a realização do máximo de lucros de monopólios, incompatível com o máximo de satisfação das necessidades materiais e culturais incessantemente crescentes de toda a sociedade através de uma técnica superior (J. Estaline), que seria a lei do comunismo. Mas a «lei do funcionamento» dos grandes capitalismos modernos é uma combinação de monopólios e de grande número de instituições directamente apostas a esses monopólios e ao seu lucro máximo, cuja combinação evolui sob a acção dos grupos organizados.
Uma última contradição procede duma falta de sincronização entre a evolução das forças de produção (a técnica) e das relações de produção (a propriedade, os contratos e o Estado dando forma à organização dos grupos que visam obter os produtos materiais e úteis). (...)
O agravamento das crises cíclicas é imputado pelo marxismo a três tendências de longo período:
  1. a tendência crónica para o subpagamento ao trabalhador. (...)
  2. a tendência crónica para um acúmulo capitalista excessivo em comparação ao desenvolvimento do consumo. (...)
  3. a tendência crónica para a baixa da taxa de lucros.
François Perroux, O Capitalismo



O comércio pára; os mercados estão sem saída; o dinheiro de contado torna-se invisível; o crédito evapora-se; as fábricas produzem desempregados; às massas operárias faltam os meios de existência; as falências sucedem-se (...). A obstrução do mercado dura anos; as forças produtivas e os produtos são desperdiçados ou destruídos em massa (...) até que a produção e as trocas retomem gradualmente a sua marcha. Progressivamente, a situação agrava-se (...) até à destruição da indústria, do comércio, do crédito, da especulação... até acabar por se encontrar no fosso do crash, e sempre repetindo-se da mesma maneira.

Friedrich Engels, Anti-Duhring